Fonte: G1
Durante uma coletiva de imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o enfrentamento às drogas seria “mais fácil” se Brasil e Estados Unidos se unissem para “combater viciados”. A declaração, feita ao comentar políticas de combate ao tráfico, gerou repercussão ao associar usuários à responsabilidade pelo avanço do narcotráfico.
“Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também”, disse Lula ao reforçar seu ponto de vista.
O comentário surgiu após o presidente ser questionado sobre declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, que afirmou não ser necessária uma declaração de guerra para eliminar traficantes de drogas.
Diante da repercussão, Lula buscou minimizar o impacto de suas palavras nesta sexta-feira (24) e afirmou que o foco deve estar nas ações concretas do governo no combate ao crime organizado.
“Mais importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando, como é o caso da maior operação da história contra o crime organizado, o encaminhamento ao Congresso da PEC da Segurança Pública e os recordes na apreensão de drogas no país”, destacou o presidente.
Lula também mencionou a Operação Carbono Oculto, que desarticulou um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis, supostamente comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Continuaremos firmes no enfrentamento ao tráfico de drogas e ao crime organizado”, completou.
Enquanto isso, o governo Trump mantém uma ofensiva no mar do Caribe sob o argumento de combater o narcotráfico. Nesta semana, o presidente americano admitiu ter autorizado operações secretas da CIA na Venezuela, sob o governo de Nicolás Maduro.
Lula e Trump devem se encontrar neste domingo (26), em uma agenda paralela à cúpula do Sudeste Asiático. Este será o primeiro encontro oficial entre os dois líderes desde o início da crise provocada pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Até o momento, ambos haviam mantido apenas contatos por telefone e uma breve conversa durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, quando Trump afirmou ter tido uma “excelente química” com o presidente brasileiro.